quinta-feira, 10 de setembro de 2015

POESIA EM SALA DE AULA

Os poetas e o fazer poético

Introdução
Professor, este trabalho aborda um conteúdo pouco ensinado atualmente - a poesia. O assunto é amplo e evidentemente não será esgotado aqui. Mas, antes de começar, gostaríamos de sugerir uma reflexão sobre por que ensinar poesia na escola vale a pena:
- a poesia desperta a sensibilidade para a manifestação do poético no mundo, nas artes e nas palavras;
- o convívio com a poesia favorece o prazer da leitura do texto poético e sensibiliza para a produção dos próprios poemas;
- o exercício poético ajuda no desenvolvimento de uma percepção mais rica da realidade, aumenta a familiaridade com a linguagem mais elaborada da literatura e enriquece a sensibilidade.

O poeta José Paulo Paes diz em seu livro É isso ali: “A poesia não é mais do que uma brincadeira com as palavras. Nessa brincadeira, cada palavra pode e deve significar mais de uma coisa ao mesmo tempo: isso aí é também isso ali. Toda poesia tem que ter uma surpresa. Se não tiver, não é poesia: é papo furado.”

Objetivos
O aluno deverá ser capaz de escutar, ler, compreender, interpretar, declamar e produzir poemas. Também deve reconhecer e fazer uso de recursos da linguagem poética, quanto à sonoridade.

Conteúdos
- Revisão dos conceitos de poesia e poema, rima, verso e estrofe.
- Recursos da linguagem poética, quanto à sonoridade: rima e aliteração.

Ano
8° e 9° anos 4ª Fase EJA

Tempo estimado
10 aulas de 50 minutos

Materiais necessários
- Fotos e biografias de alguns autores, cujos poemas serão estudados em classe.
- Computadores com acesso à internet, livros de poesia.

Desenvolvimento das atividades
Organização da sala
Para a discussão dos temas, divida a turma em pequenos grupos, em duplas e, às vezes, em trios. Em outros momentos, abra uma roda, para que todos participem.

Ambiente favorável
Para criar um ambiente favorável ao estudo, leve para a classe imagens e breves biografias dos poetas que serão lidos em sala de aula. Os alunos devem ser solicitados para também pesquisarem imagens e biografias. Organize um painel num canto da sala com esse material e dê um título a ele, ou faça um concurso entre os alunos para a escolha do nome da área. À medida que o trabalho vai avançando, ali podem ser fixados poemas de autores escolhidos pelos alunos ou poemas produzidos por eles

Mão na massa
Comece esta seqüência explicando para a classe que eles vão conhecer como alguns poetas explicam poeticamente o que é fazer poesia, e assim, ampliar o estudo da linguagem poética.
Para introduzir o assunto e conhecer o que pensam os alunos sobre o tema, pergunte a eles: O que é poesia? O que move alguém a fazer um poema? Alguém da turma já escreveu um poema? Em que um texto científico é diferente de um poema?

Poesia e Poema querem dizer a mesma coisa?
No ensino da poesia, é muito comum haver confusão entre o que é poesia e o que é poema, como se fossem vocábulos sinônimos. Não são.

Dê um tempo para a classe discutir as questões em pequenos grupos.

Poesia é um termo que vem do grego. No sentido original, poiesis é “a atividade de produção artística”, “a atividade de criar ou de fazer”. De acordo com essa definição, haverá poesia sempre que, criando ou fazendo coisas, somos dominados pelo sentimento do belo, sempre que nos comovermos com lugares, pessoas e objetos. A poesia, portanto, pode estar nos lugares, nos objetos e nas pessoas. Assim, não só os poemas, mas uma paisagem, uma pintura, uma foto, uma dança, um gesto, um conto, por exemplo, podem estar carregados de poesia. Poema é uma palavra que vem do latim poema, que significava 'poema, composição em verso; companhia de atores, comédia, peça teatral', e do gr. poíéma 'o que se faz, obra, manual; criação do espírito, invenção'. Poema é poesia que se organiza com palavras.

Roda de conversa
Depois, abra uma roda de conversa e solicite que contem o que pensaram. Essa conversa dará a você, professor, uma idéia do que seus alunos já sabem ou pensam sobre poesia. Na roda de conversa, eles vão expor o conhecimento prévio que têm do tema.

Prepare-se para ler
Em seguida, diga aos alunos que você vai ler para eles três famosos poemas, dos não menos famosos poetas: Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade e Fernando Pessoa. Os poemas são semelhantes no tema: os três falam do fazer poético. Não leia todos os poemas de uma vez. Dê uma atenção especial a cada um. Estude previamente a leitura dos textos. Prepare-se para ler. Leia os poemas para a classe com bastante expressividade.

Primeira Leitura
Antes de começar a leitura, pergunte para a classe se eles sabem queal é o tema do poema "Motivo”, de Cecília Meireles.

Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.

Cecília Meireles

Para compreender melhor: canção e poesia
Peça aos alunos para observarem que Cecília Meireles chama seu poema de “canção”.

Existe uma explicação histórica para isso. Forneça à classe o trecho a seguir:

“Remonte-se à Antigüidade greco-latina ou à Idade Média e evidente será a interdependência entre música e literatura. Na época medieval, por exemplo, os trovadores compunham seus textos poéticos - as cantigas - para serem cantados e acompanhados de instrumentos como a lira. Mas com o advento de novas práticas formais, os textos literários separaram-se da melodia, resultando no estabelecimento de dois gêneros distintos: o poema, gênero literário, e a canção, gênero lítero-musical.”

Fonte: www.ufes.br/~mlb/multiteorias/pdf/FernandaScopeFalcaoOPemaEACancao.pdf

Conversa com o texto
Forneça questões que vão ajudar os alunos a compreender melhor o texto. Peça que, em duplas, eles respondam as questões no caderno. Eis algumas:

1. Explique por que o poema se chama “Motivo”.

2. Em que sentido a autora diz “Eu canto”?

3. A autora usa palavras no masculino como se quem está falando no poema é um homem. Quais são essas palavras?

4. Qual é o motivo que tudo justifica na vida do “eu-lírico” do poema? Justifique sua resposta, citando versos do poema.

5. Tomando como base a questão anterior, o “eu-lírico” de um poema pode ser outro, em relação ao escritor do poema? Por exemplo, o “eu-lírico” pode ser uma criança e o autor ser um adulto?

6. Com a ajuda do professor(a), pesquise uma letra de canção do compositor Chico Buarque, em que o “eu-lírico” é uma mulher.

Conversa sobre o texto
Reúna os alunos em círculo para conversar sobre o texto. Depois de terem discutido as questões em dupla, os alunos já têm o que falar sobre ele. Abra um espaço de discussão sobre o que foi entendido. Aqui, não existem respostas certas. O mais importante é a oportunidade para todos expressarem seus pontos de vista - o que entenderam, pensaram e sentiram, a partir da leitura e estudo do poema. Coloque as questões de compreensão em debate.

Segunda Leitura
Em outra aula, prepare-se para ler o poema “Autopsicografia”, do português Fernando Pessoa. Dê informações sobre a vida e obra desse importante poeta.

Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Fernando Pessoa

Vocabulário
Explique que, em língua portuguesa de Portugal, calhas de roda são trilhos e comboio de corda é um trem de brinquedo.

Conversa com o texto
Ajude os alunos a compreender melhor o texto. Peça que, em duplas, respondam no caderno:

1. O que é “autopsicografia”? Observe que na formação dessa palavra entraram: auto, psico e grafia. Você conhece outras palavras com esses radicais gregos?

2. Explique o que você compreende dos quatro primeiros versos:

"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente"

3. Analise os versos seguintes:
"E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm"

a) A quem se referem as formas verbais no plural: lêem, sentem e têm?
b) O que você compreende por “a dor lida”?
c) A quem se referem as formas verbais no singular: escreve e teve?
d) Que palavra foi omitida neste verso: Não as duas que ele teve?
e) E nesse verso, que palavra foi omitida: Mas só a que eles não têm.?

4. Como você explica os quatro versos que acabou de analisar?

5. Nos versos a seguir, o poeta sintetiza o que disse nos versos anteriores. Vamos analisá-los:

"E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração"

a) O que gira nas calhas de roda (trilhos de trem)?
b) Que nome o poeta dá para a palavra “coração”?
c) O que significa na língua portuguesa de Portugal a expressão “comboio de corda”?
d) Com que finalidade o coração gira nas calhas de roda?

Conversa sobre o texto
Reúna os alunos em círculo para conversar sobre o foi lido. Abra um espaço de discussão sobre o entendimento do texto. Crie um clima favorável para que todos expressem seus pontos de vista - o que entenderam, pensaram e sentiram, a partir da leitura e estudo do poema.

Terceira leitura
Escolha um bom momento para ler Procura da Poesia, de Carlos Drummond de Andrade. É um poema lindíssimo e longo que vai exigir tempo. Uma sugestão é que você o deixe como síntese de tudo que for estudado nesta unidade.

Procura da Poesia

Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
Não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.
Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro
são indiferentes.
Nem me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.
Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.
Não é música ouvida de passagem: rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma.
O canto não é a natureza
nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
A poesia (não tires poesia das coisas)
elide sujeito e objeto.
Não dramatizes, não invoques,
não indagues. Não percas tempo em mentir.
Não te aborreças.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.
Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consuma
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
Repara: ermas de melodia e conceito,
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.

Fonte: http://www.culturapara.art.br/opoema/carlosdrummond/carlosdrummond.htm

Conversa sobre o texto
Proponha que os alunos façam as atividades abaixo em duplas:

1. Em que versos está expressa a seguinte ideia: “Parece nulo o poder do poeta sobre as palavras. Elas existem autônomas em estado latente. Mas não basta apanhá-las e justapô-las. Não se faz poesia assim. No entanto, se as palavras rodopiam na frente do poeta, elas também não podem prescindir dele, pois é a chave do poeta que abrirá as portas para que elas saiam da latência em que se encontram.”? (O FAZER POÉTICO EM DRUMMOND, Fábio Della Paschoa Rodrigues) - http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/f00004.htm

2. De que estrofe você mais gostou? Leia-a para os colegas e explique por que você a escolheu.

Atividades de revisão
Proponha as seguintes atividades para serem feitas em trio:

1. Quantos versos e quantas estrofes têm cada poema lido?

2. Leia em voz alta um dos poemas para os colegas e peça para eles perceberem as rimas. Depois, troquem a posição, até as rimas dos três poemas terem sido percebidas. Discutam se todos os poemas lidos têm rima.

Peça que os alunos comparem como Cecília Meireles, Pessoa e Drummond vêem o fazer poético. Há pontos semelhantes? Quais?

Avaliação
Este é o momento de saber se eles, de fato, aprenderam aquilo que você queria que aprendessem. Se não aconteceu, você deve buscar as causas e reorientar a prática.

Atividades de avaliação
Produção de texto - Por meio dos textos que os alunos irão produzir, você avaliará o que compreenderam do que foi estudado e se os seus objetivos de aprendizagem foram atingidos. Ensine que nenhum texto nasce pronto. Para ficar bom, é preciso escrevê-lo e reescrevê-lo muitas vezes, como fazem os bons escritores.
Diga à classe que cada um planeje o que vai escrever, faça rascunho, revise e finalmente passe a limpo seu poema. Reúna as produções dos alunos e exponha-as num mural ou organize uma antologia:

1. O fazer poético - Solicite que escrevam para o 7° ano, um texto expositivo em que explique o que é o fazer poético. Esse texto deve ser em prosa. Depois de pronto, marque um encontro com os colegas do 7° ano. Avise que os textos que escreveram serão avaliados por esses colegas. O leitor é que dirá se entendeu a explicação dada no texto lido por ele. Será considerado bom o texto que conseguiu dar uma explicação satisfatória para o leitor de outra série.

2. Imite o poeta - Peça que produzam um poema em que falem o que é o fazer poético. Esse texto deve ser em versos, distribuídos em estrofes, com rima. Enfatize que poesia é invenção.

Atividades com O JORNAL NA SALA DE AULA: leitura e escrita
Objetivo:
·  Aumentar  competência linguístico-discursiva.
·  Conhecer mais um gênero textual: a notícia de jornal.
·  Interagir com os colegas na produção de trabalhos coparticipativos.
.  Conscientizar-se da realidade, através das informações contidas num jornal.
Duração das atividades
4 aulas
Estratégias e recursos da aula
      O ensino de Língua Portuguesa deve se pautar em uma prática constante de leitura e escrita, o que pressupõe um trabalho com a diversidade de objetivos, modalidades e textos que caracterizem as práticas linguísticas reais. Por isso, a escola deve reproduzir as formas sociais de leitura e escrita da maneira mais verossímil possível.
      Somando-se a isso, se objetivos diferentes exigem diferentes textos que, por sua vez, exigem tipos específicos de leitura e de escrita, caberá à escola prover seus alunos com a diversidade de “textos do mundo”. São diferentes leituras e escritas para diferentes textos.
      É nesse momento que o jornal na sala de aula configura-se como um forte aliado da escola na execução dessa tarefa, mobilizando os alunos internamente, incentivando a leitura como prática interessante e desafiadora.
Metodologia
     1ª etapa
a)    Distribuir diferentes jornais aos alunos que trabalharão em duplas. (Esses jornais poderão ter sido solicitados aos próprios alunos antecipadamente).
b)    Discussão oral: função social do jornal enquanto meio de comunicação e sua importância na formação de opiniões.
FUNÇÃO SOCIAL:  informar e formar opiniões.
IMPORTÂNCIA: divisão democrática de informações.
c)    Orientação da observação dos alunos para a 1ª página do jornal: título, data, local de produção e circulação, preço...
d)    Observação atenta da manchete do jornal que aparece em destaque na 1ª página: tipo de letra, ilustração, motivo da escolha daquela notícia como destaque dentre tantas outras notícias.
e)    Observação dos resumos das notícias que comporão o jornal e discussão oral das mesmas.
O QUE SE DEVE OBSERVAR: o que aconteceu, como, quando, onde, ilustração, importância da notícia para a população em geral.
        Todas essas atividades deverão oportunizar a livre expressão dos alunos, permitindo-lhes expor seus conhecimentos e opiniões e esclarecendo suas dúvidas.
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2ª etapa
a)    Os alunos lerão notícias de diversos jornais e escolherão as que mais lhes interessarem.
b)    Apresentação oral da notícia escolhida, para todos os colegas.
c)    Em grupo, os alunos discutirão as notícias apresentadas. O nível das discussões deverá ser coerente com a realidade da turma e serão sempre intermediadas pela professora.
3ª etapa
a)      Montagem de um mural: em duplas, os alunos recortarão notícias dos jornais que serão agrupadas por temas ou outros critérios escolhidos democraticamente. Por exemplo: “Notícias que agradam o leitor” e “Notícias que desagradam o leitor”.
b)    Para ilustração das notícias, os alunos poderão recortar gravuras de jornais ou revistas.
c)     A professora selecionará uma notícia e a colocará em destaque em um cartaz, retroprojetor, data show ou outro recurso atraente para analisar, juntamente com os alunos, a formatação e os recursos próprios do gênero: ausência de travessões, textos em colunas, títulos em negrito, informações  necessárias para uma comunicação eficaz (o assunto, elementos envolvidos, local do acontecimento, causas, consequências, data, dados complementares) etc.
d)    Distribuição de uma notícia xerocada para a retirada de informações:
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e)    Atividade escrita sobre a notícia e jornal:
      Responda em seu caderno:
      (A professora analisará, juntamente com seus alunos, se a notícia contém todos os dados necessários a uma perfeita compreensão)
      * Qual é o fato noticiado?
      * Onde  e quando aconteceu ou acontecerá?
      * Quais são os personagens envolvidos?
      * A notícia esclarece quem são os personagens?
      * São personagens conhecidos no cenário nacional?
      * É uma notícia completa?
      * Quais informações estão faltando para que a notícia seja compreendida por qualquer leitor?
      * Qual é a fonte de onde foi retirada a notícia?
f)       A professora distribuirá  diferentes figuras de jornais para os alunos criarem, em duplas, suas próprias notícias.
g)    A professora fará a correção dos textos, após explicar aos alunos que toda a matéria de jornal passa por um revi sor antes de ser publicada. Depois os alunos passarão a limpo as suas notícias que substituirão aqueles recortes de notícias que estavam no mural.
Avaliação
A professora avaliará durante todo o processo de realização das atividades se o aluno:
* participou de maneira cooperativa na sua dupla
* Emitiu suas opiniões e respeitou as opiniões dos colegas
* Conseguiu extrair as informações dos textos jornalísticos
* Redigiu a sua notícia com competência, demonstrando conhecer as marcas textuais desse gênero.








domingo, 16 de março de 2014

Atividades escolares: Texto: O padeiro (Rubens Braga) 4ª fase A,B e C

Atividades escolares: Texto: O padeiro (Rubens Braga) 4ª fase A,B e C:



ATIVIDADE PROGRAMADA.

O Padeiro - Por Rubem Braga

Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer
café e abro a porta do apartamento - mas não encontro o pão costumeiro. No
mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre
a "greve do pão dormido". De resto não é bem uma greve, é um
lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que
obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei
bem o que do governo.



Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto
tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando
vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para
não incomodar os moradores, avisava gritando:



- Não é ninguém, é o padeiro!



Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?



"Então você não é ninguém?"



Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas
vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma
empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro
perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro:
"não é ninguém, não senhora, é o padeiro". Assim ficara sabendo que
não era ninguém...



Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis
detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos
importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno.
Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma
passagem pela oficina - e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros
exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do
forno.



Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante
porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu
escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o
pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu
recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos
alegre; "não é ninguém, é o padeiro!"

E assobiava pelas escadas.

INTERPRETAÇÃO TEXTUAL.

1.  Segundo o texto, o que há em comum entre o trabalho de jornalista e o
trabalho de pedreiro?

2. O que significa abluções?

3. Qual o sentido da expressão “   greve do pão dormido” ?

4. Na crônica o padeiro, enquanto toma seu café da manhã recorda-se de
um antigo entregador de pães.

a. Quem narra a crônica?

b. Por que o entregador dizia que não era ninguém quando batia a porta
das casas das pessoas para deixar o pão?

c. Segundo o entregador, como ele teve a ideia de se identificar assim
as pessoas?

d. Transcreva o trecho do texto em que o narrador compara o resultado
de sua atividade com a atividade do padeiro.

5. O narrador se considera mais ou menos que o padeiro? Justifique sua
resposta com passagens no texto.

6. Qual a lição que o narrador revela ter aprendido com o padeiro?
Comente.

7. Qual a característica mais evidente ao padeiro?



8. Retire do texto um substantivo derivado?

sexta-feira, 14 de março de 2014

Texto: O padeiro (Rubens Braga) 4ª fase A,B e C

O Padeiro - Por Rubem Braga

Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento - mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a "greve do pão dormido". De resto não é bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.

Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:

- Não é ninguém, é o padeiro!

Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?

"Então você não é ninguém?"

Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: "não é ninguém, não senhora, é o padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém...

Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina - e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.

Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; "não é ninguém, é o padeiro!"
E assobiava pelas escadas.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Texto: Não chore papai.... Ativ.aval. de abril 2013


Não chore, papai
Embora você proibisse, tínhamos combinado: depois da sesta iríamos ao rio e a bicicleta já estava no corredor que ia dar na rua. Era uma Birmingham que Tia Gioconda comprara em São Paulo e enlouquecia os piás da vizinhança, que a pediam para andar na praça e depois, agradecidos, me presenteavam com estampas do Sabonete Eucalol.
Na hora da sesta nossa rua era como as ruas de uma cidade morta. Os raros automóveis pareciam sestear também, à sombra dos cinamomos, e nenhum vivente se expunha ao fogo das calçadas. Às vezes passava chiando uma carroça e então alguém, querendo, podia pensar: como é triste a vida de cavalo.
Em casa a sesta era completa, o cachorro sesteava, o gato, sesteavam as galinhas nos cantos sombrios do galinheiro. Mariozinho e eu, você mandava, sesteávamos também, mas naquela tarde a obediência era fingida.
Longe, longíssimo era o rio, para alcançá-lo era preciso atravessar a cidade, o subúrbio e um descampado de perigosa solidão. Mas o que e a quem temeríamos, se tínhamos a Birmingham? Era a melhor bicicleta do mundo, macia de pedalar coxilha acima e como dava gosto de ouvir, nos lançantes, o delicado sussurro da catraca!
Tínhamos a Birmingham, mas era a primeira vez que, no rio, não tínhamos você, por isso redobrei os cuidados com o mano. Fiz com que sentasse na areia para juntar seixos e conchinhas e enquanto isso, eu, que era maior e tinha pernas compridas, entrava n’água até o peito e me segurava no pilar da ponte ferroviária.
Estava nu e ali mesmo me deixei ficar, a fruir cada minuto, cada segundo daquela mansa liberdade, vendo o rio como jamais o vira, tão amável e bonito como teriam sido, quem sabe, os rios do Paraíso. E era muito bom saber que ele ia dar num grande rui e este num maior ainda, e que as mesmas águas, dando no mar, iam banhar terras distantes, tão distantes que nem a Tia Gioconda conhecia.
Eu viajava nessas águas e cada porto era uma estampa do cheiroso sabonete.
Senhores passageiros, este é o Taj Mahal, na Índia, e vejam a Catedral de Notre Dame na capital da França, a Esfinge do Egito, o Partenon da Grécia e esta, senhores passageiros, é a Grande Muralha da China – isso sem falar nas antigas maravilhas, entre elas a que eu mais admirava, os Jardins Suspensos que Nabucodonosor mandara fazer para sua amada, a filha de Ciáxares, que desafeita ao pó da Babilônia vivia nostálgica das verduras da Média.
E me prometia viajar de verdade, um dia, quando crescesse, e levar meu irmãozinho para que não se tornasse, ai que pena, mais um cavalo nas ruas da cidade morta, e então vi no alto do barranco você e seu Austin.
Comecei a voltar e perdi o pé e nadei tão furiosamente que, adiante, já braceava no raso e não sabia. Levantei-me, exausto, você estava à minha frente, rubro e com as mãos crispadas.
Mariozinho foi com você no Austin, eu pedalando atrás e adivinhando o outro lado da ventura: aquele rio que parecia vir do Paraíso ia desembocar no Inferno.
Você estacionou o carro e mandou o mano entrar. Pôs-se a amaldiçoar Tia Gioconda e, agarrando a bicicleta, ergueu-a sobre a cabeça e a jogou no chão. Minha Birmingham, gritei. Corri para levantá-la, mas você se interpôs, desapertou o cinto e apontou para a garagem, medonho lugar dos meus corretivos.
Sentado no chão, entre cabeceiras de velhas camas e caixotes de ferragem caseira, esperei que você viesse. Esperei sem medo, nenhum castigo seria mais doloroso do que aquele que você já dera. Mas você não veio. Quem veio foi mamãe, com um copo de leite e um pires de bolachinha-maria. Pediu que comesse e fosse lhe pedir perdão. E passava a mão na minha cabeça, compassiva e triste.
Entrei no quarto. Você estava sentado na cama, com o rosto entre as mãos. “Papai”, e você me olhou como se não me conhecesse ou eu não estivesse ali. “Perdão”, pedi. Você fez que sim com a cabeça e no mesmo instante dei meia-volta, fui recolher minha pobre bicicleta, dizendo a mim mesmo, jurando até, que você podia perdoar quantas vezes quisesse, mas que eu jamais o perdoaria.
Mas não chore, papai.
Quem, em menino, desafeito ao pó de sua cidade, sonhou com os Jardins da Babilônia e outras estampas do Sabonete Eucalol não acha em seu coração lugar para o rancor. Eu jurei em falso. Eu perdoei você.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Questões do texto A volta.

1. Como uma crônica termina?
2. Em algum momento da crônica você pensou que a história terminaria dessa forma? Comente.
3. Como o personagem se sentiu no final da crônica?
4. Copie do texto o fato que deu humor a crônica?
5. Você já sabe que as crônicas são, geralmente, narrativas breves, com temas relacionados ao cotidiano. Copie a frase a seguir completando-a com uma alternativa adequada dentro do texto. O fato narrado nessa crônica é________________________________________________________________________
6. Na sua opinião , esse fato poderia acontecer na vida real? Justifique sua resposta.
7. A linguagem das crônicas é geralmente mais próximas da linguagem do dia a dia. Copiem do texto exemplos dessa linguagem.
8. A repetição desnecessária das palavras pode tornar a leitura desagradável. Mas nessa crônica a repetição da palavras mesmo tem um propósito. Qual a intenção do narrador ao repetir a palavra mesmo?
9. Aponte no texto o enredo da narração?
10. O clímax é o momento chave da narrativa e no texto. Qual foi esse momento?